Atividades físicas para melhoria da qualidade de vida dos idosos
Marcela G. Beserra , Prof. de Educ. Física
19 de setembro, 2008

melhor idadeÉ fato que o processo de envelhecimento traz consigo uma série de transformações biológicas, fisiológicas, psicológicas, entre outras, mas tais transformações não devem e não podem ser um fator de impedimento à prática de Atividades Físicas e vivência da Corporeidade do indivíduo idoso. O sedentarismo, que tende a acompanhar o envelhecimento e tem significativa influência do avanço tecnológico ocorrido nas últimas décadas, é um importante fator de risco para as doenças crônico-degenerativas, especialmente com relação às afecções cardiovasculares, principal causa de morte nos idosos. A habilidade de um idoso, ao buscar reter a destreza e sua mobilidade cotidianas, - como caminhar, levantar-se e alcançar algum objeto acima da cabeça -, evidencia importantes aspectos de um estilo de vida com qualidade.

Neste sentido, a prática da atividade física seria recomendada para manter e/ou melhorar a densidade mineral óssea e prevenir a perda de massa óssea. Alem disso a atividade física melhoraria a força, a massa muscular e a flexibilidade articular, principalmente, em indivíduos acima de 50 anos. São diversos os benefícios dos programas de exercícios físicos para idosos, como medida profilática importante no sentido de preservar e retardar ao máximo os efeitos do envelhecimento sobre a aptidão física.

A Atividade Física voltada para populações idosas tem se mostrado um importante indicativo de qualidade de vida, não somente no sentido da prevenção de patologias; na prevenção de quedas e de outros problemas relacionados à idade, mas também como elemento essencial na manutenção da sociabilidade do indivíduo, na experiência de viver a sua corporeidade e a ludicidade; na possibilidade de criar uma consciência corporal e estabelecer limites próprios; bem como no estabelecimento de autonomia para realizar tarefas comuns da vida cotidiana.

A adequação da atividade física ao estado geral em que se encontra o idoso, tentando encontrar exercícios que sejam do seu agrado e com os quais ele se identifique e consiga realizar, é um passo essencial para trazê-lo de volta à prática de atividades psico-motoras. Isto resultará numa desaceleração dos processos degenerativos, tanto físicos como nervosos, bem como auxiliará na manutenção e, até certo ponto, melhoria das capacidades intelectuais.

No entanto, mesmo que muitos tenham conhecimento ou, ao menos, noção dos benefícios provocados pela prática de exercício físico e os malefícios trazidos pelo sedentarismo, ainda assim, é pouco realizado pela maioria da população. O que por muitas vezes dá-se pelo fato de haver enorme dificuldade de acesso a programas de exercícios que possibilitem melhores condições físicas através do respeito à individualidade e ás especificidades de cada organismo, e que sejam aplicados de forma consciente, segura, agradável e motivante.

É necessário, portanto, que se possibilite aos idosos, maiores conhecimentos, informações e vivências, as quais funcionarão como ferramentas, em direção a perspectivas de maior autonomia, de ampliação de sua visão de mundo, de conhecimento de seus direitos como cidadãos e de melhoria de sua qualidade de vida.



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