Tanto em repouso quanto durante a realização de atividade física o corpo humano libera certa quantidade de energia, esta energia liberada é decorrente das diversas reações necessárias para que nossos órgãos executem suas funções e em última análise, tais reações dependem da utilização de oxigênio. O sistema cárdio pulmonar tem como principal função captar o oxigênio do ar transportá-lo para os diversos órgãos e tecidos onde ele é utilizado pelas células em um processo chamado de respiração celular.

A quantidade de energia liberada e a necessidade de oxigênio variam, portanto de acordo com a situação em que um indivíduo se encontra, ou seja, se está em repouso ou realizando algum tipo de atividade física, quanto mais intensa for a atividade física realizada maior será a liberação de energia e maior será a quantidade de oxigênio necessário para que o organismo permaneça realizando a atividade. A máxima capacidade que uma pessoa possui em consumir oxigênio para realizar uma atividade física especifica é denominado “Consumo Máximo de Oxigênio”.

O consumo máximo de oxigênio é determinado pela: capacidade de captação e perfusão para a corrente sangüínea via sistema pulmonar, transporte para as células via sistema cardíaco e vascular e sua utilização em especial a nível periférico pelas células dos músculos em ação quando da realização de atividades físicas.

A mensuração do consumo máximo de oxigênio é de grande importância para o diagnóstico da capacidade funcional do sistema cárdio respiratório, avaliando-se sua integridade em manter o processo de respiração celular e suas adaptações sob condições de exercício, tal exame fornece também o status de outros sistemas envolvidos com o processo de respiração, tais como: sistema neurológico, humoral e hematológico.

Em geral é através de protocolos realizados em esteiras elétricas ou em ciclo ergômetros e com a utilização de equipamento e software específicos para a analise de gases que os testes para avaliação do consumo máximo de oxigênio são realizados, são os chamados testes ergoespirométricos, tais testes fornecem basicamente dois indicadores de limitação da potência aeróbia; o próprio valor do consumo máximo de oxigênio e o limiar anaeróbio.

Outros dados de igual importância para a analise do estado geral do indivíduo avaliado também são obtidos, são eles: ventilação pulmonar, consumo de oxigênio, produção de dióxido de carbono, razão de trocas gasosas, equivalentes ventilatórios para o oxigênio e dióxido de carbono, pulso de oxigênio, relação espaço morto ventilatório e volume corrente, reserva ventilatória, relação consumo de oxigênio e carga de trabalho.

A grande demanda de pessoas em procura de qualidade de vida através da prática regular de exercícios físicos observada nos dias de hoje, justifica o desenvolvimento de protocolos assim como de equipamentos para a realização de testes para a mensuração do consumo máximo de oxigênio, pois é com estes resultados em mãos que se pode fazer uma prescrição de exercícios segura e eficaz tanto para sedentários, atletas, pessoas saudáveis ou portadoras de alguma patologia limitante para a prática esportiva.

Se no passado os testes ergoespirométricos eram praticamente restritos a locais que possuíam um complexo laboratório para a avaliação da aptidão física, restringindo a aplicação destes protocolos a uma parcela muito pequena da população quase que totalmente formada por atletas, hoje com o desenvolvimento tecnológico existente, muitos laboratórios de analises clínicas possuem equipamentos de analise de gases e oferecem os testes ergoespirométricos a um preço acessível.

O desenvolvimento tecnológico deste setor possibilitou também a realização destes testes através de equipamentos portáteis, deixando de lado a obrigatoriedade de utilização de um espaço estritamente laboratorial. Em resumo, os testes para mensuração do consumo máximo de oxigênio esta hoje ao alcance de praticamente todos que desejam praticar exercícios físicos de forma segura e com um programa de treinamento prescrito de forma individualizada.