Dança na recreação e na educação corporal
Camila Araujo de Lima, Prof (a) de Educação Física do Movere
28 de setembro, 2005

Considerado a mais antiga das artes, a dança é também a única que dispensa materiais e ferramentas. Ela só depende do corpo e da vitalidade humana para cumprir sua função enquanto instrumento de afirmação dos sentimentos e experiências subjetivas do homem.

Será que a dança pode ser entendida de maneiras diferentes? Para isso devemos entender primeiro o que significa a palavra. Dança são movimentos rítmicos do corpo, passos ou saltos cadenciados, ao som compassado da música, voz ou elementos que marquem o ritmo como palmas, baquetas, etc. Complicou? Ok, então vamos simplificar. Quando ouvimos uma música e começamos acompanha-la com os pés estamos assim iniciando uma dança e se acrescentarmos palmas junto com esse movimento, maravilha já estamos dançando! Infelizmente nem todos tem a dança com essa definição e sim como alta performance em que apenas bailarinos conseguem executar, mas nas aulas do Movere o caso é diferente, estamos aqui para nos divertirmos, para percebermos esse corpo que reage a um estímulo sonoro e que quer apenas se expressar e brincar.

Para que as pessoas comecem a perceber que sabem sim dançar, os professores utilizam uma brincadeira muito simples que é um pega-pega adaptado chamado de “pega-pega no ritmo”. Ele funciona da seguinte forma: inicialmente coloca-se uma música com o ritmo bem fácil e os alunos começam a perceber como se deslocar pelo espaço brincando com o ritmo. Depois disso os professores correm atrás dos alunos para serem “pegos” e depois “salvos” pelos amigos. Com isso, trabalhamos diversos tipos de estilos de música e analisamos os conhecimentos corporais dos alunos.

Segundo AZEVEDO et al desde o aparecimento da humanidade a dança tem sido utilizada para vários fins, servindo como elemento de comunicação e afirmação, e dando-lhe possibilidade de viver plenamente, através de seu próprio corpo, os símbolos de seu inconsciente, liberando diretamente suas emoções reprimidas por tabus culturais. Por isso faz-se necessário à expressão corporal em diversos momentos do nosso dia-a-dia para que não fiquemos tão estressados e frustrados.

A dança por si só, nos proporciona conhecer os limites do nosso corpo, a beleza dos seus movimentos e a alegria da expressão corporal e, além disso, ela trabalha a coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção espacial, desenvolve a musculatura corporal de forma integrada e natural, permite uma melhora na auto-estima e quebra de diversos bloqueios psicológicos, possibilita convívio e aumento do rol de relações sociais, torna-se uma opção de lazer e promove inclusive melhora de doenças e outros problemas.

Tradicionalmente, a dança é algo para ser “apresentado e visto”. No mundo contemporâneo, entretanto, esta barreira entre o artista e o público está sendo quebrada. O desafio agora é estabelecer um diálogo mais próximo também entre a arte e a educação em uma mesma atividade, isto visa proporcionar vivências de dança que articulem a criação pessoal e coletiva de movimentos, a apreciação e o conhecimento da dança de modo a integrar a razão e o sensível, o individual e o coletivo, a arte e a educação.

Seus benefícios são tamanhos que ajudam até mesmo no combate de problemas respiratórios, atuando no reaprendizado da respiração compassada e profunda, o que hoje em dia está passando despercebido nessa vida corrida que levam as pessoas. É claro, que todos esses benefícios são acompanhados de uma boa alimentação, de uma boa noite de sono, e de roupas adequadas para as aulas de dança.



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