Treinamento de força na infância e na juventude
Lucas Maria Gimenez, Prof. de Educação Física do Movere
8 de setembro, 2005

Importância do treinamento de força integrado com exercícios complementares.

Pesquisas comprovam que deficiências posturais são encontradas em 50 a 65% dos estudantes de primeiro grau. Na faixa etária de 6 a 8 anos, há uma piora de postura em 70% das crianças e um aumento do tecido adiposo de 3% a 20%.

A criança pode ser estimulada no seu surto de crescimento infantil, o treinamento de força visa otimizar o desempenho momentâneo e o seu desenvolvimento geral.

Os treinamentos esportivos podem sobrecarregar musculaturas excessivamente trabalhadas, é preciso que haja um equilíbrio funcional desde cedo, a fim de evitar futuros problemas musculares. O treinador deve utilizar treinamentos complementares de força, paralelamente ao treinamento principal.

A especialização precoce de jovens e crianças deve ser evitada, pois o sistema esquelético pode ser comprometido, causando sérios danos ao aparelho motor.

Perigos do treinamento de força na infância e na adolescência.

O aparelho motor de jovens e crianças é menos tolerante que o aparelho motor dos adultos, em relação a cargas, pois a calcificação do sistema esquelético se dá por volta dos 17 aos 20 anos.

O treinamento deve ser controlado rigorosamente para evitar lesões, deve-se aumentar o número de repetições, antes de aumentar a intensidade.

Para cargas progressivas a tolerância deve ser gradualmente desenvolvida, levando em consideração que a massa muscular e a força aumentam em função da idade.

Treinamento de força na juventude.

No fim da infância e início da idade adulta, os jovens passam pela puberdade que pode ser dividida em pubescência (primeira fase) e adolescência (segunda fase).

Na pubescência há um grande crescimento longitudinal e consequentemente uma desarmonia com as novas proporções corporais. Nessa idade, o jovem está mais sujeito a lesões, principalmente na coluna vertebral, em função das influências do hormônio de crescimento e dos hormônios sexuais, que exercem influência sobre a cartilagem.

O aumento do nível de testosterona é responsável pela sensível melhora no treinamento de força, porém não deve-se dar ênfase na intensidade, evitando o risco de lesões do aparelho esquelético. A força básica geral deve ser treinada através de circuitos, lutas e exercícios com aparelhos. Os jogos são extremamente interessantes para os alunos e importantes para um melhor condicionamento, devendo ser trabalhados os lançamentos, chutes e força de impulsão.

Na adolescência, que se dá por volta de 13 a 17 anos nas meninas e dos 14 aos 18 nos meninos, ocorre o crescimento transversal, que significa que o jovem encorpa e ganha peso. Há também uma re-harmonização das proporções corporais e um aumento significativo de testosterona.

Com o sistema esquelético estabilizado, o jovem responde fortemente ao treinamento de força, porém a abrangência dos exercícios não deve ser muito intensa, embora possa ser empregada o princípio da progressão de cargas.

Bibliografia

WEINECK, Jürgen. Treinamento Ideal. 9 ed. 358-377.



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