Doenças tais como hipertensão arterial, diabetes, coronariopatias,
doenças respiratórias, costumam estar entre aquelas que mais causam
preocupação sob a perspectiva da saúde pública. Quanto a Osteoporose
sabe-se que uma grande parcela da população apresenta ou apresentará
com maior ou menor gravidade uma diminuição de massa óssea, principalmente
em decorrência do envelhecimento.
A estimativa do número de pessoas com osteoporose nos EUA está entre 15
e 20 milhões, com uma incidência anual média de 1,3 milhões de fraturas,
sendo o custo aproximado de 3,8 bilhões de dólares.
Quanto à incidência da Osteoporose a menopausa é a idade critica para as
mulheres, sendo em partes resultado da queda dos níveis de estrógeno, o
que diminui a absorção intestinal de cálcio e aumenta a sensibilidade dos
ossos à ação de absorção do paratormônio. A perda óssea em mulheres começa
aos 35 anos e progride 1% ao ano até a menopausa. Nos 4 à 5 anos após o término
das menstruações, as mulheres perdem de 2 à 4 % ao ano, e depois voltam aos
níveis de perda em torno de 1 % ao ano. Nos homens a perda começa aos 45 anos
e é cerca de 0,5 % ao ano, continuadamente, sendo a fase critica para os
homens os 80 anos de idade.
A massa óssea, como tantas outras características, depende de fatores genéticos,
estado e hábitos nutricionais, fatores hormonais e ambientais, sendo que os níveis
de atividade física são de grande importância para a saúde óssea do individuo.
É muito importante manter níveis adequados de atividade física na juventude para
que se possa alcançar uma massa óssea máxima, sendo este o parâmetro mais importante
para se prever a osteoporose futura.
Adultos de meia idade que possuem uma baixa ingestão de cálcio e pouco envolvimento
em atividade física serão levados à diminuição progressiva da massa óssea. Entre os
homens é mais comum o envolvimento em atividade física, mesmo que sejam aquelas do
dia a dia do que entre as mulheres, e como os homens não sofrem uma queda abrupta na
produção dos hormônios sexuais, os problemas da osteoporose aparecem em idade mais
avançada no sexo masculino.
Os exercícios físicos fazem parte tanto da profilaxia como no tratamento da osteoporose.
A forma como os exercícios físicos exercem estímulos ao aumento da massa óssea ainda
não está bem esclarecida. Sabe-se, entretanto, que dois fatores são importantes: a
tensão dada pelo suporte de cargas e a contração muscular, sendo que a tensão é mais
atuante do que a contração muscular. Entre as modalidades esportivas sabe-se que a
natação produz massa óssea ligeiramente acima do normal, sendo discretamente superada
por "jogging" e caminhadas. Os mais altos níveis de densidade óssea ocorrem entre
levantadores de peso.
Desta forma, o exercício resistido vem sendo prescrito, até mesmo para pessoas de
terceira idade, como forma de estimular não só a massa muscular como também a massa óssea.
Atualmente sabe-se que os exercícios com pesos não são apenas os mais eficientes para
aumentar a força e a massa muscular, mas também para aumentar a massa óssea. Adicionalmente,
melhoram a flexibilidade e a coordenação, evitando quedas em pessoas idosas, que poderiam
produzir fraturas em ossos já enfraquecidos devido a ocorrência de osteoporose. Outra
qualidade dos exercícios com pesos que justifica a sua utilização nas faixas etárias
onde a osteoporose constitui problema, é a sua segurança. A incidência de lesões é muito
reduzida em função da ausência de choques entre pessoas, de movimentos violentos, e mínimo
risco de quedas. Também se demonstrou que a segurança cardiológica nos exercícios com pesos
bem orientados é superior à de exercícios de média intensidade realizados de maneira contínua,
onde o aumento da frequência cardíaca pode ser fator patogênico importante.
Fonte:
Dr. José Maria Santarém
Artigo no site Saúde em Movimento.