Vínculo mãe/filho e obesidade.
Daniela Levy, Psicóloga do Instituto Movere
22 de novembro, 2004

A relação mãe/bebê é decisiva para o modo de organização do funcionamento psíquico. Uma mãe em função de seus problemas, desejos e medos inconscientes, pode induzir no bebê uma relação aditiva à sua presença e aos seus cuidados. Esse laço aditivo pode impedir a maturação do desenvolvimento saudável. Nesse caso, a criança não tem a possibilidade de criar seus próprios recursos psíquicos para superar tensões o que coloca em risco sua capacidade de estar só e a presença materna será ativamente solicitada. Na falta da mãe, posteriormente o alimento. Para suprir a falta do objeto materno que cuida, o obeso vai procurar no mundo externo um substituto dos objetos faltantes em seu mundo interno; a comida. O alimento oferece apenas ajuda temporária e é por isso que ocorre uma busca compulsiva.

A superproteção materna impede o conhecimento da criança acerca de si mesmo e de seu limites pessoais, inclusive, do real tamanho de seu estômago e de quanta comida pode caber lá dentro. A mãe precisa ensinar a criança a lidar com frustração e isso só é possível se deixar o filho entrar em contato com a "falta".

É importante ajudar a criança a confiar em seus sentimentos. Sentir-se capaz de inventar soluções criativas para resolver seus problemas, o que acaba refletindo em sua auto-estima. Isto poderá favorecer mudanças dos padrões alimentares e do vínculo mãe/filho, contribuindo para promoção da qualidade de vida.



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