Obesidade e depressão em crianças.
Daniela Levy, Psicóloga do Instituto Movere
12 de agosto, 2005

De acordo com o Instituto Nacional de Medicina o número de crianças obesas triplicou durante os últimos anos na idade entre 6-11 anos e duplicou entre 2-5 e 12 –19 anos.

Estes estudos demonstram que crianças estão ganhando peso e consumindo mais calorias do que perdem. Estas ficam horas na frente da TV, fazendo lição de casa e quando se sentem entediados geralmente vão até a geladeira consumir alimentos calóricos. Também outro fator que dificulta o controle alimentar é a influência da indústria de alimentos, propagandas na TV e no cinema.

O problema atualmente é que os alimentos estão muito calóricos e existem menos oportunidades de queimá-los. As crianças consomem bastante tempo com educação e também as brincadeiras de rua diminuíram, então o único tempo livre que elas tem ficam na televisão, vídeo game ou na internet.

É comum crianças acima do peso ter baixa auto-estima, relatam sobre os apelidos na escola (tem momentos que são excluídas de brincadeiras, jogos e conversas), sentem-se triste e geralmente comem mais por não saberem lidar com isso.

Existem várias pesquisas associando depressão e obesidade apontando índices significativamente elevados de depressão principalmente nas pessoas com problemas graves de obesidade. Um estudo de mestrado realizado no ambulatório de Endocrinologia da Unifesp com 60 pacientes com diagnóstico de obesidade mórbida constatou que 100% dos pacientes tinham sintoma de depressão e 84% apresentaram diagnóstico de depressão grave.

Um estudo publicado no jornal de pediatria relaciona obesidade crônica em crianças com depressão e outras desordens, o difícil é saber quem vem primeiro depressão ou a obesidade. Quando a obesidade está relacionada com depressão podemos estar diante de um círculo vicioso; depressão, comer demais, obesidade, mais depressão, voltar a comer demais e assim por diante.

Carmen Mikhail, diretor da clínica de desordens alimentares no Hospital de crianças no Texas avaliou mais de 400 crianças acima do peso, mais da metade tinham depressão. Então com base nestes estudos conclui-se que, nós não temos que tratar somente a obesidade mais também a depressão e que os fatores psicológicos podem influenciar de forma negativa no resultado dos tratamentos para redução de peso, estes precisam ser diagnosticados e acompanhado com seriedade.



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