Terapia cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares.
Daniela Levy, Psicóloga do Instituto Movere
2 de junho, 2005

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem sido amplamente utilizada no tratamento de transtornos alimentares. Ensaios clínicos apontam que este tipo de terapia favorece a remissão ou diminuição da freqüência de episódios de compulsão alimentar, tendo sido relatado também melhora do humor, do funcionamento social e diminuição da preocupação com peso e formato corporal.

A TCC identifica e corrige as condições que favorecem o desenvolvimento e manutenção das alterações cognitivas e comportamentais que caracterizam os casos clínicos.

A TCC ensina técnicas de autocontrole ao paciente para redução da ansiedade, tristeza e outros sentimentos, considerados facilitadores do impulso para comer, além disso, incentiva a modificação de hábitos alimentares, o desenvolvimento de estratégias para adesão a exercício físico e a redução gradual do peso. A TCC aborda também a auto-estima, a redução da ansiedade associada à aparência e a modificação do sistema de crenças, previamente treinadas para evitar tais comportamentos, inicialmente com a ajuda do terapeuta.

Uma dieta muito restritiva está contra-indicada; a redução de peso é obtida através de modificações graduais de hábitos alimentares, com flexibilidade para evitar o pensamento "tudo ou nada", são também implementadas estratégias para controle de estímulos, que consistem na diminuição da exposição do paciente às condições que facilitam a alimentação inadequada como, por exemplo, diminuir a exposição a alimentos que devem ser ingeridos em baixa freqüência.

A estratégia para adesão à atividade física inclui o estabelecimento de modalidades de exercício que sejam reforçadoras. Na TCC é necessário ter atenção aos estereótipos sociais associados à obesidade e ao formato corporal, assim como sentimentos de vergonha e inferioridade. Além disso, o paciente deve manter expectativas realistas com relação à meta de peso.

A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a obtenção da melhora dos transtornos alimentares. O terapeuta mantém uma atitude empática em relação às dificuldades e necessidades do paciente e apresenta a terapia como trabalho em equipe, no qual ambos terão uma participação ativa na detecção de causas das dificuldades e na seleção das estratégias utilizadas no tratamento.



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